segunda-feira, 4 de abril de 2011

Rendição ao pensar

Em meio a acertar,
posso errar,
como posso parar,
minha voz se estende a todo lugar,
minhas idéias se resumem a pensar,
chorar, falar.

Buscar a saída,
achar a graça da vida,
aprender a amar,
a viver sem reclamar,
ao ponto de acreditar
que o mundo cabe a mim enfrentar.

Que a escuridão se baseia,
na felicidade alheia,
do modo de ver,
de viver,
de envolver sem amadurecer,
não digo que precise crescer,
mas sim vencer,
tudo aquilo que ao teu ver,
não vale mais se render.

domingo, 13 de março de 2011

Diário de algum outro dia

Chegará o dia em que o resto faltará,
                      em que o nada sustentará,
                      em que o tudo acabará.

Chegará o dia em que os textos perderão o efeito,
                      em que a cultura não terá respeito,
                      em que a sociedade não terá jeito.

Chegará o dia em que as escolas te ensinarão a ganhar, não a viver
                      em que a glória não será felicidade, e sim vencer
                      em que qualquer relação só haverá dinheiro, a sobreviver.

Chegará o dia em que máquinas substituirão filhos,
                      em que filhos dependerão de máquinas,
                      em que uma família estará escaça.

Chegará o dia da extinção do amor,
                      da paixão, ou até da dor,
                      onde a flor, será feito por computador.

Chegará o dia em que o verde, será de concreto,
                      que o nosso ar, será comercializado,
                      que o mar estará encanado.

Chegará o dia em que você vai entender,
                      o que em uma vida inteira não pode ver,
                      que o mundo gira pra você.

Não adianta querer girar em torno do que gira.
Não adianta querer domar o indomável.
Não adianta querer controlar, o que controla.
Não adianta querer mudar, o que te muda.
Não adianta querer o amor, sem amar.
Não adianta, esse dia chegará!

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Dúvidas e Dádivas

O que esperar de algo como isso?
O que entender pensando nisso?
O que fazer levando em conta o que foi dito?
Como fazer para perder o medo de cair no abismo?
Como fazer que o todo seja contado?
   Para que algo inacumulável possa ser
    Constado
   E por um minuto falado
     totalmente concentrado
     a apenas uma energia
    instável
    inadmissível
   Incapaz de ser iludido
  mas no fim;

Como fazer para não ser visto?
   Mas sentido
Do mais puro toque de amor
    que contorna minha dor
    com teu silencio tolerante
    deixando esse instante
    um tempo amargante
Onde a eclipse entre nossos olhares
   Foi fixada e contemplada
Dês dos nossos destinos, a nossas estradas

Onde acharei minha amada?
   Esquecendo do "onde"
    do "por que"
   Das dúvidas do passado
   Vivendo o presente deixado
    que por deus foi enviado
    e homenageado me dizendo
   Que não importa o que tenho,
    mas com quem tenho
   Que nenhuma flor
     supero meu amor!

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Viva o agora

Me perguntes que horas têm;
    Te direi que é agora
Me perguntes que horas foi;
    Te direi que não lembro
Me perguntes que horas serão;
    Te direi que não sei
Me perguntes a onde estou;
    Te direi aqui
Me perguntes a onde estava;
    Te direi não interessa
Me perguntes a onde vou;
    Te direi que vou seguir os pássaros

Mas me perguntes então,
Em qual parte da minha vida fui feliz;
  Te direi que foi a hora em que deixei de olhar o relógio para olhar o dia;
    Que deixei de olhar o calendário, para olhar o meu chão;
    Que deixei de levar em conta o passado, para seguir em frente;
    Que deixei de ver a onde vou, para ver a onde estou.

Te direi então;
    nesse dia eu fui feliz.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Preciso

Eu preciso disso
uma forma de me enganar
arredondado o que sinto
de uma forma altamente aparecível

Preciso de alguma forma
construir em baixo desse castelo
um buraco na areia paralelo
com meus sonhos e pensamentos

Me afogar no mar dentro dele
voando sobre mim o que não consigo ver
mas sim,
de alguma forma sentir o que ainda está por vir

Preciso estupidamente fechar meus olhos
ver o que quero
não o que meus sentimentos me obrigam a ver
viver aquilo que não me influencia ao nada

Quem sabe, assim consiga
superar tudo diante a essa inércia
envolvendo toda massa pensante
a uma unica razão constante

Que padece sobre meu espírito
contra-ditando um mito
o tornando irreversível
para que isso seja como aquilo

E não faça nenhum sentido
além do único dito
nesse mesmo instante
que me afogo no imprescindível.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Falsa verdade

Queria que tudo isso fosse mentira,
que o que passou fosse junto com o rebanho de ovelhas,
com as gaivotas trilhando seus caminhos no horizonte.
Queria não sentir, não gostar, apenas chorar,
por me enganar com esse atento,
e por um minuto me iludir mais que esse tempo.
Queria que pelo menos uma vez na vida pudesse me manipular, escolher o que acontecerá,
controlar os ponteiros do relógio,
achar nessa história algo lógico.
Queria que aquela semana fosse eterna ao lado dela,
sem rumores nem palpites do que existe diante a ela,
sem intervenções relas.
Queria apenas esperança,
uma oportunidade de mudança,
de ver que o presente pode ser como era,
de ter em meus braços, ela.
Aquela que um dia despertou um sorriso em meio a chuva,
que fez silêncio a tanto barulho,
que me fez esquecer do resto sobrado a lado.
Queria os sentimentos de volta,
a paixão que foi embora,
aquela que hoje não mais existe,
que como uma borboleta, se transformou tomando seu rumo.
Aqui procurando algo novo para falar,
mas sem pensar,
não conseguindo me concentrar,
a alguns segundos de chorar,
parar.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Fim de Visão

Inventado
cogitado
talvez amável
ou quem sabe odiável
mas um ser inimaginavel
criado para ocupar esse vazio

Esse ser, não tem rumo
sua origem é desconhecida
nascido dos mais profundos pensamentos talvez
quem sabe da vazia escuridão
seu nome é incerto
dependendo do ponto do vista
é concreto
ou discreto
mas sim, aberto
a qualquer mente magoada
decepcionada
abalada

Como um parazita
vagando nos vácuos dos pensamentos alheios
é sempre o resto
um buraco causante
amargante
constante

O seu achado
um sentimento forjado
um coração abalado
uma vida deixada de lado
sua face é seca
suas emoções não aparentes
seus olhos fixados no ausente
segue o caminho mais fácil
caminha no nunca caminhado
isolado
cercado do cúmulo do acaso

No seu fim, poucos restarão
poucos saberão
lendário
extraordinário
amedrontado
fora do campo de visão
longe de qualquer iluminação
a escuridão.